quarta-feira

Adotei Um Amor


 
 ADOTAREI O AMOR
 
Adotarei o amor por companheiro e o escutarei cantando,
 e o beberei como vinho, e o usarei como vestimenta. 

Na aurora, o amor me acordará e me conduzirá aos prados distantes. 

Ao meio dia, conduzir-me-á à sombra das árvores 
onde me protegerei do sol como os pássaros. 

Ao entardecer conduzir-me-á ao poente, onde ouvirei 
a melodia da natureza despedindo-se da luz,
 e contemplarei as sombras da quietude adejando no espaço. 

À noite, o amor abraçar-me-á, e sonharei com os mundos superiores
 onde moram as almas dos enamorados e dos poetas. 

Na primavera, andarei com o amor, lado a lado, e cantaremos juntos entre as colinas; 
e seguiremos as pegadas da vida, que são as violetas e as margaridas; e beberemos a água da chuva, acumulada nos poços, em taças feitas de narciso e lírios. 

No verão, deitar-me-ei ao lado do amor sobre camas feitas com feixes de espigas, 
tendo o firmamento por cobertor e a lua e as estrelas por companheiras. 

No outono, irei com o amor aos vinhedos e nos sentaremos no lagar, 
e contemplaremos as árvores se despindo das suas vestimentas douradas 
e os bandos de aves migratórias voando para as costas do mar. 

No inverno, sentar-me-ei com o amor diante da lareira e conversaremos
 sobre os acontecimentos dos séculos e os anais das nações e povos. 

O amor será meu tutor na juventude, meu apoio na maturidade, e meu consolo na velhice. 

O amor permanecerá comigo até o fim da vida, até que a morte chegue, 
e a mão de Deus nos reuna de novo. 

(Gibran Khalil Gibran)

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